
O nada.
O canto escuro da sala.
A doce menina com olheiras atrás da porta.
O bichinho acuado no beco.
Eu sou o medo do desconhecido.
A insatisfação.
A mortalha encarnada.
O oposto.
A contrariedade.
Eu sou o afogado a se debater no mar
O verme buscando o escuro
O tecido que absorve.
Eu sou suscetível.
Feia e boba eu sou.
Desenxabida.
Eu sou o pensamento negativo.
A garganta atravessada
A rebelde sem causa
O olhar entristecido.
Eu sou a melancolia da alma.
A solidão em pessoa.
Eu sou a busca inútil e inexorável pela luz.
Como quem busca
A luz
E não acha.
2 comentários:
Nesse momento vou de carona sendo igual.
beijos, saudades
Que lindo e triste e sensível... Me identifiquei um monte.
"Um homem com uma dor é muito mais elegante", já dizia Leminski.
Beijo no coração,
Déb
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