terça-feira, 12 de agosto de 2008

Uma outra personalidade de infância.


Eu sempre quis ser um alfinete.
Alfinete e não agulha.
Daqueles bojudos na ponta.
Verde.
Porque sempre dizia mamãe:
"Mais difícil do que achar agulha no palheiro"
Mas eu quis ser achada.
Pensava comigo: que tipo de pessoa-agulha se perde no palheiro e fica sozinha, vagando entre linhas e dedais- procurando ser encontrada. Escohida.
Com o afinete é diferente. Cada um tem sua cor.
Por isso eu sempre quis ser alfinete.
Daqueles que vovó usava pra fazer a bainha de um novo vestido.