sábado, 12 de janeiro de 2008

Eu quero fazer xixi.


"Eu quero fazer xixi
Eu quero fazer xixi
Eu quero fazer xixi painho.
Não aguento mais painho
Vou arriar aqui.

(Versão Nordestina)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Seu Naldo.


Seu Naldo foi a melhor coisa que nos aconteceu até agora.
Trata-se de um caboclo, pai de oito filhos, esposo de duas mulheres, proprietário de uma casinha verde (chão de areia) endereçada praia de São Bento (Alagoas).
Por ali ficamos.
Eu, Dani , Seu Naldo, e toda a sua extensa família.

O homem.

O homem agora tem barba.
Tá ficando feito.
O homem agora já sabe das muitas coisas.
Sofreu.
Aprendeu.
Morreu pra nascer.
O homem agora é o mais lindo homem de família de todos os homens.

O mar.





























Foi a coisa mais linda que eu já vi.
Depois de meu amor.

Sertão.







Estava eu no sertão do agreste e me senti:
Viva.
Aventureira.
Maria Bonita era eu.

Batalha


A se todos os banheiros fossem iguais aos de batalha!
Batalha querida com suas coalhadas e queijos manteiga!
(Cidade incrível do sertão nordestino.)

Maria (a moça)













A história começa assim:
Maria moça sonhadora
Brava que só ela
A mais triste de todas
A mais só era a moça.

O começo do fim.


Tudo desmorona agora como manteiga quente e água nenhuma na terra de barro seco e vermelho. Batido.
As crianças estão sujas.
Ta acabando.
Desabando.
E eu só fico parada:
Olhando.

A carne.








Carne crua
Instinto nu
Berra desesperada
A carne fustiga
Morre de sede a carne
Não faz concessões
Intranqüila
Destrói pra saciar
A fome devassa
Bronca
Bruta
Biruta
Eu quero é vomitar
O mal
O tal
Minha calma estará em uma carne que transcende no espírito sutil de ser amor.

De longe.


Fim de tarde
O descanço
Coqueiro tem sombra
Bucho cheio
Meio sorriso no rosto
Briza doce
Fresca
Pés pra fora da rede
Cheiro verde
Nostálgico de capim cortado
Vai se indo o dia
O pensamento fica longe
Numa desordem contagiante
Pra arrematar
Não podia deixar de faltar
O barulho do mar( a me ninar_
E a delicada lembrança de voltar
Pro mar.
Meu novo lar.

Menina Flor.


Flor agora mudou de voz
Flor agora tem sotaque
Flor trocou a terra pelas águas de Iemanjá
Deixa a menina
O vento é o mesmo
A Flor é a mesma
Mudou a água
Mudou a história de depois.

Sem exageros.


Febre
Eu tenho febre
De todas as coisas que me são assim
Inatingíveis
Tenho horror das coisas poucas em mim
Da minha falta de excesso
Intolerável.
Quero eu sozinha virar o mundo
Gastar a gastura do meu ventre
Ventre esse Cheio de expectativa
Quero morrer hoje
Na mais exagerada paz.


(Lá no sertão agreste no Nordeste.)

Na estrada.


Bananeira esbelta
Colorida
Nas casinhas de sapê
O caju cheio de terra
Das meninas eu tenho dó.
Vais tirando da barraca
Até espatifar no chão
Tem nada não
Eu bem vi o sol brilhando mais forte e carrasco lá por aquelas bandas.

Parafuso a menos.


Relé
Óleo diferencial(25.000km)
Cubo de roda(vitalício)
Rolamento(81.000km)
Entre todas as possibilidades, a melhor
A pior.
O sol que faz é quente
Fresco à noite
Ficou faltando o farol de milha

O último suspiro.


Esse mundo daqui não existe
Faz dois segundos
Eu pensava em ficar
Ignorar o outro lar
Montar o meu altar
Pra então, como sortilégio
Me dizer o adeus último
E nunca mais voltar desse mar.

Cá com os meus botões.


Sentimentos são como o vento: Uma hora vão outra voltam.
Os meus são nível 7 do tipo Catrina

(Trocar vento por onda também é legal.Trocar por Tsunami nível 9 e meio.)

Bromélias ou admiração.


Bromélias me agradam
Acumulativas de água
Infindável juventude
Esquisitas
Receptoras
Bem humoradas
Bromélias me acalmam o estômago
O verde do suco
Conta os autos
O tato
Puro
Feroz
Quando eu crescer papai, quero eu ser uma baita Bromélia!

Moscas sobrevoam os meus pensamentos.

Encontro e despedida.







41km de terra batida
Tartaruga
Mar tem
Navio
Naufrágio
Nele tem passado
Lá no cemitério
Foi grande o mistério
Meu avô sumiu
Era Manoel Tenório Cavalcanti
Eita resenha da gota
Eu disse que era
Do sabão de côco
Da esponja velha
Surgiu Seu Né
24-11-1966
Cabra macho
Benevolente
Forte que só a pea!
Foi num dia assim
Bonito que só a poxa
Coruripe
Conheci meu vô
Meu nome
Esse mesmo que me faz grande dentro de mim
Que me tem a coragem
“Oxe deixe de brabeza mulé”
Lá me despedi de vovô Tenório
Em cima do sepulcro de mármore
O sol se ia ligeiro
Foi quando gritei]
Os pulmões ardendo em febre
O coração extravasa
Com a força dos meus antepassados:
“Viva Manoel Tenório Cavalcanti!
Eu sou Karla Tenório Cavalcanti!”
Fechei o dia com chave de ouro ao lado do meu companheiro de jornada sentindo a felicidade de ser quem eu sou.
Uma TENÓRIO.


“Seja lá o que for, isso”