sexta-feira, 10 de agosto de 2007

pensamentos do dia

Pingo na testa, é sinal de será que vai chover.quantos assovios são necessários para fazer vir um cachorro de rua.por quê é que o cheiro da manhã é melhor que o cheiro da tarde.eu prefiro quarta do que terça-quarta parece par,mas não é.por quê é que tem gente com cara que faz careta.criança tem cheiro lilás.

quero lubrificar a palavra


quero entender qualquer coisa que saliva.coisa que tem gosto e cheiro.que flua e exprima em palavras o que consome toda essa fome.quero beber o último gole.água pra minha boca.calor que toca a língua.estala.no paladar de qualquer coisa que tem sal.

Não é nada de mais ( para Ávila Cavalcante)



Quando um dia de madrugada...

Eu sussurrar no seu ouvido

Te chamando baixinho

Fazendo um carinho

Com a timidez da menina

Que te trouxe até aqui

Acorda rapaz, que quero te falar.

Quero contar toda a história

Acorda que já faz tempo

Já passou o movimento

Agora é o momento

E eu vou te falar:

Sorrisinho no nariz

Você sempre quis

Não é nada de mais

Você vai ser papai.

Menina inquieta



Menina inquieta

Pé no chão, grito e flor no cabelo

tão simplesmente

com suas manias

olhos atentos

quer ouvir as histórias que a vovó contava

quer noite feliz na voz mais doce de mamãe

quer o delicado som da melancolia batendo na janela

Menina inquieta

não tem medo de nada

à noite baixinho

chora no cantinho

perto do abajur de luz vermelha.

Sonha acordada

Mete os pés pelas mãos

Gargalha alto(gesticula)

Barulhenta com sua liberdade cravada na carne

Flor no cabelo porque faz manha

Acorda de manhazinha

Delicada se prepara

Para mãos nas cadeiras

Saliência em punho

Sair por aí com os pés no chão

Tirando satisfação

Não é assim não meu irmão!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

o começo

Troquei o céu azul de vento morno carioca pelos tetos de gesso iluminados, pelos salões de vento frio na terra da garoa.
Mas ainda posso sentir a paz daquela tarde ensolarada, o toque dos meus pés na terra morna no cantinho do quintal, perto da pitangueira. Não fazia idéia do que ia me acontecer. Era só eu , minha paz e shangrilá...minha cachorra boxer dentuça. Usava polainas. E não havia mais nada.
Aquele menino de olhar desconfiado e destemido com uma flor de hibisco na mão cuidava de mim, e me chamava. Eu ia. Tinha cheiro de alfazema e nunca , que eu me lembre fazia frio...era sempre sol, vento morno acalentando eu e o menino de olhar desconfiado
e destemido.
Eu juro que não havia mais nada.