quinta-feira, 9 de agosto de 2007

o começo

Troquei o céu azul de vento morno carioca pelos tetos de gesso iluminados, pelos salões de vento frio na terra da garoa.
Mas ainda posso sentir a paz daquela tarde ensolarada, o toque dos meus pés na terra morna no cantinho do quintal, perto da pitangueira. Não fazia idéia do que ia me acontecer. Era só eu , minha paz e shangrilá...minha cachorra boxer dentuça. Usava polainas. E não havia mais nada.
Aquele menino de olhar desconfiado e destemido com uma flor de hibisco na mão cuidava de mim, e me chamava. Eu ia. Tinha cheiro de alfazema e nunca , que eu me lembre fazia frio...era sempre sol, vento morno acalentando eu e o menino de olhar desconfiado
e destemido.
Eu juro que não havia mais nada.

5 comentários:

talita disse...

"mas se me der na telha eu sou capaz de enlouquecer... e mandar tudo praquele lugar e fugir com você pra shangrilá!"

rita lee e polainas me lembra mesmo uma época que não havia mais nada... só vento morno, só sempre sol, só inocência, só.
a troca é justa, agora há muito mais, a paz de antes também está ainda, e o vento frio equilibra o calor de outros tempos. agora é mais. e amanhã... será mais e melhor. sempre. sem fim. assim, cíclico e fascinante. improvisado e mágico. único.

a janela que consome os seus sentidos é da cor da janela que consome os sentidos de outro menino... lindo. lindas janelas essas que se abrem do nada pra tudo.

Tenório disse...

Tali e lindíssimas palavras , completando o que sinto.

Tiago Tenório Cavalcanti disse...

Rain, que blog delicioso... A mesma sensação quando estou perto do seu hindu: uma ventania morna.

Li junto com mamãe esse primeiro do menino desconfiado e destemido e nossos olhos encheram-se de lágrimas.

edla maciel disse...

Adorei tudo, principalmente o papel de fundo.

edla maciel disse...

Sua escrita me toca muito.
Quando leio o que escreve, me sinto praticamente você. Por isso, se meus olhos chorarem jorrando lágrimas dos seus, não se surpreenda. Te amo que dói!!!!