sexta-feira, 24 de agosto de 2007



A menina se debruçou sobre a janela, na ponta dos pés descalços, vestido florido, esticou o bracinho e tocou o passarinho. Sorriu.

" Sai daí menina! Quer me matar de susto?! "

Pensamentos do dia.


Passou uma briza por mim, será que fico vesga? Que cor tem a vergonha? Que saudade-de-alguma-coisa é essa que de vez em quando bate? Por quê cachorro entende criança? Multiplicar os sentidos faz ensinar o princípio do movimento.

Quero...


Quero revolução

Quero carne vermelha

Quero risco de vida

Quero chegar ao limite

Quero estrapolar

Quero solo de guitarra

Quero ser reprimida

Do contrário, como é que eu vou lutar pra mudar o mundo?

Ai que marasmo..

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Pra bom entendedor...

Você não me conhece. Não provou do amargo que eu tive que salivar. Não viu cair nenhuma lágrima. Não esteve comigo nas tardes de pés descalços, lanche nenhum na barriga e xerox embaixo do braço. Você não viu crescer a arte em mim, a luta por não enlouquecer, não viu as pessoas que perdi e não sentiu a minha saudade.
Por isso continua. Monta a tua historinha. Mente sim. Escarneia sim. Escreve que eu fui "treinada pra isso". Retalha sim.
Você não sabe de nada. Não presenciou o meu primeiro choro, o desespero de conviver com uma sensibilidade insurportável, , não me viu gritar por luz, você não estava comigo quando a cortina fechou, quando o povo aplaudiu. Nunca sentiu o silêncio que reverbera em mim . Por isso retalha. Escarneia.

Tá pra nascer alguém que derrube esse furacão que existe dentro mim.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007


Vai fazer o quê a vida inteira?

Não , não era isso o que eu ia dizer, mas tem a ver com eu realmente prefiro estar só dentro de mim. Me falta humor. Me falta saúde. Me falta cor, cor à moda antiga, nos tons pastéis e serenos, rosa chá com o cheiro da alegria saudosa de um tempo que não volta mais.

Não volto mais.

Sai daqui. E vai dizer pra todo mundo o mal que eu te fiz! Vai e não volta mais, vê se não esquece de trazer a minha vitrola, eu quero só ver se você vai sobreviver, sem essa minha deliciosa maneira de ser.

Urgência


Eu preciso mudar
De hoje em diante eu vou me transformar.
Tô com mania de urgência
Tô com mania de corridinhas.
Do café para o quarto.
O corredor é meio longo e com passinhos ridículos eu vou
Meio que correndinho
Passar o cartão na porta.
Atravesso a rua e lá vem os passinhos
Do estúdio para o camarim
Meio ridiculazinha.
Uma urgência que faz parte daqui
E lá vou eu
Correndinho
Ridiculazinha
Com meus sapatinhos vermelhos e minha flor no cabelo
A favor do vento (aos passinhos)
Que me traz a lembrança-morna-
E leva a doce certeza
De que tudo está no seu lugar.

E tem também uma melancolia toda sua...


Tem chuva no seu olhar
Tem espaço para quando sorri
Tem gente querendo tocar - e ficar
Água é tudo o que me faz te lembrar.
Tem palavra nas entrelinhas
Tem olhar que brilha e pede:
Faz isso não moço
Faz não que não eu sei voltar atrás
Que comigo é terra, é barro-(é tijolo)
Que ninguém me conhece não moço.
Esse sorriso não é teu
É pra te convencer
É pra te fazer ver
Que o mundo é muito meu
Que eu sou chuva
Presta atenção moço
Vou ficar aqui ( no meu canto )
Me deixa aqui.
E quando a chuva passar
Eu vou me deixar levar
Eu vou me deixar amar.

E tem também uma melancolia toda minha...