domingo, 14 de dezembro de 2008

Vida e morte de uma aprendiz.


Numa chuva que faz que cai como essa cujo barulho, som, movimento qualquer que seja. Diáfano.
No andar último como quem se despede de si e nasce de novo. Indizível.
Sozinha, ninguém viu o grande automóvel jorrar sarcástico, vingativo a poça de restos fecais de uma cidade abjeta e confusa, toda inteira (líquido pútrido) em mim. Quem não tem restos fecais pútridos que jogue a primeira merda. Ninguém me viu molhada, escurrassada por um homem cansado demais das minhas ladainhas mortais de excesso de amar.
Nenhuma alma viva nessa cidade transbordando de gente muda e vesga me viu chorar pela mesma liberdade de sempre. Outra.
Ninguém enxergou a minha morte.
Olho algum presenciou no choro de Oxum o meu renascimento frio e sincero, o grito e o prazer de ser jogada de lado. Uma mulher jogada de lado.
Hoje, no choro do céu, meu coração sangrou.
Lá se vai mais uma decepção a dobrar a esquina altiva de si.
O amor verdadeiro paira no ar e teima não pousar por aqui.

4 comentários:

lili disse...

amo vcs dois...
...
tá dodói o coração, bichinha...?
dói,né...?
beijinho

lili disse...

o seu mano tem blog?
ele escrevia tão bem...
especial esse menino

Alonso Zerbinato disse...

A chuva que suja
É a mesma que limpa.

- Chove, chuva.
Chove!
É o que lhe resta fazer.
Se amanhã você não vier
Eu peço ao sol pra chover.

Tá lá nos favoritos, poeta!

Anônimo disse...

Vida e morte, não
Não nessa ordem
Morte e vida, aí sim
Pois que é renascer
senão viver depois de morrer?
Vá decepção, vá e desapareça nas dobras e esquinas
De mim... só escárnio de sua altivez falsa e dissimulada,
Em mim...coração aberto é pista de pouso
E o amor verdadeiro pousa sim.


“Não existe nenhuma fórmula para o sucesso, exceto, talvez, pela aceitação incondicional da vida e do que ela traz.” Arthur Rubinstein