sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Eu sou.

Eu sou a morte.
O nada.
O canto escuro da sala.
A doce menina com olheiras atrás da porta.
O bichinho acuado no beco.

Eu sou o medo do desconhecido.
A insatisfação.
A mortalha encarnada.
O oposto.
A contrariedade.

Eu sou o afogado a se debater no mar
O verme buscando o escuro
O tecido que absorve.

Eu sou suscetível.
Feia e boba eu sou.
Desenxabida.

Eu sou o pensamento negativo.
A garganta atravessada
A rebelde sem causa
O olhar entristecido.

Eu sou a melancolia da alma.
A solidão em pessoa.

Eu sou a busca inútil e inexorável pela luz.

Como quem busca
A luz
E não acha.

2 comentários:

Selena Sartorelo disse...

Nesse momento vou de carona sendo igual.

beijos, saudades

Bijudu disse...

Que lindo e triste e sensível... Me identifiquei um monte.
"Um homem com uma dor é muito mais elegante", já dizia Leminski.
Beijo no coração,
Déb